quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

PAVILHÃO CHINÊS BY LECOOL

"Isto é bom demais! Imaginem uma menina chamada Margarida, que andou por Londres à procura de peças únicas... roupa e acessórios desencantados dos baús mais íncriveis, dos anos 20 aos 80, incluindo até guarda-roupa da BBC. Imaginem que em vez de guardar tudo para ela, decidiu pôr à venda estes tesourinhos vintage... Imaginam onde? No ex-bordel-kitsch-agora-bar-de-cházinhos mais giro da cidade, o Pavilhão Chinês! Agora podem parar de imaginar e correr que nem loucas para serem as primeiras a escolher os presentes mais originais do Natal. Não é preciso muita imaginação, é ir ao Pavilhão, Just like Daisy did!" (by Mami, Le Cool *176, 18.12.2008)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Just like Daisy meets Pavilhão Chinês

Vintage! Venha conhecer esta colecção de peças únicas vindas directamente de Londres, uma selecção de roupa e acessórios dos anos 20 aos 80, incluindo algumas peças do guarda roupa da BBC, e ainda alguns artigos de colecção. Um regresso ao passado recheado de peças únicas, meticulosamente seleccionadas para o surpreender! Esperam por si na atmosfera sempre acolhedora e ambiente kitsch do Pavilhão Chinês, Sexta Feira dia 19 de Dezembro! Das 19h00 até ás 2 da manhã... Conselho? Chegar a tempo e ser um dos primeiros a descobrir!Get ready for Christmas time, give yourself a lovely gift!

Petit détails...












O mundo em miniatura

É um bar? Um museu? O Pavilhão Chinês, em Lisboa, acolhe dezenas de turistas todas as noites.
Quem lá entra pela primeira vez dificilmente consegue disfarçar o deslumbramento. Fernando e Paola Gonzalez, 36 e 34 anos, vieram de Madrid e estão a passar o fim-de-semana em Lisboa. Descobriram o bar ao passar na rua e não parecem arrependidos: “Este sítio encanta-nos, nunca vimos nada igual”, diz a espanhola.
Ao som da campainha, um empregado impecavelmente vestido com calças pretas de vinco, colete e laço vermelhos por cima da camisa branca, abre a porta ao cliente e acompanha-o até às mesas. Aí, reina a diversidade. Grupos de turistas riem e conversam animadamente enquanto bebem um “Porto”, jovens experimentam os cocktails da casa nas pausas do jogo de bilhar, casais conversam calmamente de chávena de chá na mão.
Predomina gente da classe média-alta entre os 25 e os 35 anos, mas há clientes de várias idades e classes sociais. Portugueses e estrangeiros misturam-se numa proporção equilibrada. Por cima da música ambiente variada – techno, R&B, jazz – ouve-se falar espanhol, alemão e inglês. António Pinto, 50 anos, gerente do Pavilhão Chinês diz que “o bar é muito frequentado por estrangeiros. Neste momento de crise eles têm sido a nossa salvação”.
No meio da variedade existe um ponto em comum: sempre que uma conversa esmorece e o olhar se desvia do interlocutor, logo encontra refúgio num qualquer ponto numa parede ou no tecto. Pode ser um soldadinho de chumbo ou um capacete da Primeira Guerra Mundial, um mapa caricatural ou um aviãozinho de brincar, uma espada ou um desenho da Betty Boop. “Podemos comprar os bonecos?”, pergunta Paola Gonzalez.
São muitos milhares de peças de colecção divididas tematicamente por cinco salas decoradas pelo dono do bar, Luís Pinto Coelho. “As peças são todas pessoais. Ele começou a coleccioná-las desde os 12 ou 14 anos e quando abriu este bar resolveu pôr cá as peças todas que tinha em casa”, conta António Pinto. Entre as colecções mais valiosas estão as peças de Bordalo Pinheiro, como Zés Povinhos, peças de cerâmica variadas e bonecos articulados. António Pinto salienta que “há algumas peças que o Museu Bordalo Pinheiro não tem e outras que copiou das nossas”.
Apesar de o bar ter sido inaugurado em 18 de Fevereiro de 1986, supõe-se que o Pavilhão Chinês date de 1901. O número 89 da rua D. Pedro V, no Príncipe Real, foi no início do século XX uma mercearia onde se vendiam especiarias finas, café e chás. Em 1985, quando Luís Pinto Coelho decidiu fazer um bar naquele espaço, recuperou os armários e estuques em ruínas e manteve o nome do estabelecimento. Para reproduzir o ambiente fino da época, apostou não só numa decoração cuidada como no atendimento “à antiga”.
Estas são as grandes qualidades do bar na opinião de um grupo de 4 advogados londrinos sentado a uma mesa da sala de bilhar. “O serviço é muito bom” diz Russell Conway, 50 anos. “O bar tem muito estilo, é único, não conheço nada assim em Inglaterra. Lá há muitos bares com mesas de bilhar, mas são pubs, não têm esta classe”, observa Nicholas Mills, 26 anos, acrescentando que o grupo só teve conhecimento do bar a partir de “um amigo que viveu em Portugal” porque “não vinha no guia turístico”.
A publicidade boca-a-boca é a principal forma de promoção do Pavilhão Chinês. “A nossa publicidade é feita exclusivamente através dos cartões e postais que as pessoas levam. Depois, os próprios turistas vão passando a palavra”, diz António Pinto. Outra forma de promoção é a cobertura mediática que tem acompanhado a vida do bar desde o início. “Uma vez esteve cá um jornalista do Telegraph holandês a fazer uma reportagem e passado algum tempo apareceram aqui vários holandeses com uma folha inteira do jornal. E há cerca de quinze dias aparecemos no New York Times”, exemplifica o gerente.
Foi precisamente através da imprensa que João Pedro Santos, 30 anos, conheceu o Pavilhão Chinês: “Há dez anos, li um artigo sobre o dono do bar no Expresso e vim cá. Mas como não sou de Lisboa, só venho cá quatro vezes por ano”. Desta vez está acompanhado por Carla Moreira, de 23 anos, que está a gostar da sua estreia no bar: “É interessante e original, muito diferente dos outros. Entrou directamente para a minha lista de bares preferidos”.



A ENTRADA



SALA DE ENTRADA

SALA DOS CAPACETES

SALA DOS AVIÕES




SALA DO SNOOKER

BAR I

BAR II



Texto de Luís Garcia e Marina Ribeiro
In http://www2.fcsh.unl.pt/cadeiras/plataforma/foralinha/atelier/a/www/view.asp?edicao=09&artigo=355
Direitos das imagens: http://www.flickr.com/

Sabia que.....

O Bar Pavilhão Chinês não foi a primeira "criação" do decorador e gestor hoteleiro Luis Pinto Coelho.
Assim, podemos observar alguns exemplos de criações suas anteriores ao Pavilhão Chinês, hoje já com 22 anos de idade.



BAR FOX TROT

http://www.foxtrot-clubsupremo.com/




BAR A PARÓDIA

http://www.aparodia.com/


HISTÓRIA DA PARÓDIA

"No dia 27 de Abril de 1974, Luís Pinto Coelho levou a cabo a abertura de uma loja de antiguidades, onde com o passar do tempo, começou a receber e confraternizar com os seus amigos e conhecidos mais próximos, o que levou a que um ano depois o espaço fosse oficialmente convertido em bar, de nome "A Paródia". Este constituiu-se então como um bar de inspiração vincadamente republicana. Inaugurado numa época política e socialmente complexa, acabou por ser um espaço de convívio comum entre individualidades pertencentes a uma esquerda revolucionária e uma direita temente. Os anos de 1975 e 1976 foram excitantes, em termos ideológicos, para um bar com sucesso idêntico à Revista que inspirou o seu nome, "A Paródia", nos anos que antecederam à primeira República. Depois da normalização política assistiu-se a uma ainda maior prosperidade e sucesso como negócio de bar. A evocação da época de Raphael Bordalo Pinheiro através da presença no espaço de desenhos da Revista "A Paródia", e de outras imagens da comédia portuguesa, constitui um atractivo único e representativo de uma época histórica, bastante contestatária e inconformada. (...) A decoração do Bar, foi também concebida por Luís Pinto Coelho, autor de alguns dos bares mais conhecidos e com mais história da cidade de Lisboa, como é o caso do Foxtrot, Procópio, o próprio Paródia e por último o Pavilhão Chinês. O espaço à porta fechada, com ambiente seleccionado, bastante acolhedor e intimista é um tentador convite a largas horas de boa conversa e divertimento, que cativa os apreciadores de um Bar com um serviço atencioso e um espírito descontraído. Ocasionalmente A Paródia acolhe uma relativa extensa variedade de eventos musicais, sempre acústicos e quase sempre com a utilização do piano, instrumento presente desde o início, leitura de poesia, teatro, entre outros. Uma história curiosa, em que os actores principais são aqueles que nos dão o prazer da sua visita, a esta verdadeira Paródia, desde 1976 sempre à sua espera."
In www.aparodia.com



BAR O PROCÓPIO http://www.barprocopio.com/




Inauguração como bar a 18 de Fevereiro de 1986.
O Bar Pavilhão Chinês está localizado numa antiga mercearia do princípio do século XX, mantendo o mesmo nome de origem.
É um bar de grande destaque na cidade de Lisboa e, considerado por muitos como património de relevo da Lisboa romântica. A decoração das cinco salas é composta de milhares de objectos do séc. XVIII a XX de várias artes, como: medalhas, capacetes militares, modelos de aviões, quadros, canecas, bandeiras, bustos, peças únicas de Bordalo Pinheiro, etc., e foi da responsabilidade de Luís Pinto Coelho, também proprietário do bar. Este trouxe a tradição dos bares clássicos, quando ampliou o antigo espaço e recuperou todo o imóvel, incluindo a fachada e os estuques artísticos. O que distingue o Pavilhão Chinês é o seu serviço hoteleiro requintado, os chás puros e os cocktails, todos de confecção artesanal. Desde 1986, ano em que abriu as portas como bar, já foi palco de filmagens, reuniões de congressistas, provas de vinho, entrevistas e inúmeras reportagens sobre Lisboa. Cardoso Pires no seu livro sobre Lisboa escreve “Guardou-lhe o nome de Pavilhão Chinês, respeitou-lhe a fachada, somou-lhe relíquias, sinais das guerras e dos senhores reis, pôs em altar uma colecção de manguitos Zé-povinho (Bordalo, outra vez) e fez-se bar.”


Bibliografia:PIRES, José Cardoso – Lisboa: Livro de Bordo. Lisboa: Círculo de Leitores, 2004. ISBN972-42-3148-8. p.56.